sábado, 3 de julho de 2010

AULA DIFERENTE: porque aprender pode ser divertido


O professor Jocélio desenvolve nas duas escolas onde leciona, no município de Jacaraú - PB, o projeto "AULA DIFERENTE: porque aprender pode ser divertido" que tem algumas de suas ações descritas abaixo:
1 INTRODUÇÃO
1.1 PROBLEMA
Não é muito rara a seguinte realidade: Lá está a sala de aula. Professor e alunos. Alunos desinteressados, muito ativos, alguns inclusive rebeldes, pensamentos voando, conversas paralelas acontecendo, professor fingindo ser ouvido, alunos que não se dão ao trabalho de fingir que estão escutando. Sendo assim, um problema se apresenta: Como planejar e desenvolver, em nossas escolas, aulas de Língua Portuguesa atraentes ao gosto do aluno sem perder o foco da atividade de ensino-aprendizagem?
1.2 HIPÓTESE
É muito comum o aluno ter um estereótipo da aula de Língua Portuguesa como sendo algo chato, com assuntos que não são interessantes, passados por meio de atividade pouco atraentes. O professor seria alguém sempre pronto a dar sermão e a mostrar que o aluno errou novamente. A aula teria muitos assuntos difíceis que dão vontade de desistir a primeira vista.
Não que o professor e a aula sejam realmente assim, mas, na visão de muitos alunos, isso é uma verdade.
Não muito recomendável é a forma como o professor, por vezes, rotula seus alunos. As salas docentes e os comentários na hora do intervalo, em muitas escolas, nos servem de argumento. Como se determinado aluno estivesse predestinado a ser bagunceiro, conversador, desinteressado, etc.
Acreditamos que a quebra desses estereótipos, faz-se essencial para o bom relacionamento professor-aluno, bem como para o êxito do processo ensino-aprendizagem e que, quando bem planejadas, várias atividades podem contribuir para a derrubada dessas visões.
Sendo assim, propomos o projeto “aula diferente: porque aprender pode ser divertido” como ferramenta que contribua para a dissolução desses estereótipos, tornando o ambiente da sala de aula mais prazeroso e produtivo.
1.3 OBJETIVOS
1.3 .1 Geral
- Promover um ambiente mais prazeroso e produtivo na escola desenvolvendo o gosto pela aula de Língua Portuguesa, pela leitura e pela escrita, aperfeiçoando as competências de interpretação e produção de textos dos gêneros em estudo.
1.3.2 Específicos
1.3.2.1. Entusiasmar-se pelas aulas de Língua Portuguesa, pelas atividades de leitura e de escrita;
1.3.2.2. Interpretar textos dos gêneros textuais em estudo;
1.3.2.3. Expressar-se nas aulas opinando sobre os temas abordados nos textos em estudo;
1.3.2.4. Produzir textos do gênero em estudo coletivamente e individualmente;
1.4 JUSTIFICATIVA
O projeto “aula diferente: porque aprender pode ser divertido” surgiu da necessidade de repor aulas no turno oposto. Inicialmente, os alunos demonstravam resistências em vir à escola em outro horário para reposição de aulas.
Nossa missão era planejar aulas que fossem tão atraentes que os alunos sentissem o desejo de vir mesmo em outro horário, mas não podia ser apenas alguma brincadeira ou passatempo, a aula tinha que ter algum objetivo referente à grade de conteúdos do bimestre.
Portanto, justifica-se o projeto, pela necessidade de repor aulas, pela dificuldade em convencer os alunos do retorno à escola em outro turno e pelo desejo de promover uma aula mais prazerosa e produtiva.
3 METODOLOGIA
Trata-se de um projeto que consistiu, até o momento, no emprego das atividades abaixo mencionadas:
3.1. Leitura de filme;
3.2. Interpretação e produção de textos com o gênero regras de jogo;
3.3. Reescrita de textos caipiras (variação linguística);
3.4. Leitura expressiva com textos teatrais;
3.5. Expressão oral por meio de dramatizações;
3.6. Leitura dramática de contos maravilhosos.
Metodologicamente este projeto foi pensado para mudar estereótipos dos alunos referentes às aulas da disciplina em questão. Sendo assim, a “aula diferente” não contaria com caderno, nem livros e não poderia se realizar dentro da sala de aula.
Como já dissemos, o projeto surgiu da necessidade de repor aulas do 6° ano no horário oposto, mas a experiência deu tão certo que passou a figurar como item permanente nos planejamentos dos bimestres nas diversas turmas que lecionamos.
Com a adesão das outras turmas, surgiram algumas dificuldades. As turmas compostas por alunos da zona rural não poderiam vir no turno oposto à escola por falta de transporte. Então passamos a planejar atividades “diferentes” também para a sala de aula.
3.1. LEITURA DE FILME
As atividades de leitura de filme não aconteceram por opção no ambiente de sala de aula e foram desenvolvidas procurando simular uma sessão de cinema (já que a cidade não tem cinema). Tela grande de datashow, o som ambiente por meio de caixa amplificada, pipoca e refrigerante na entrada. Ao sair o aluno recebe um roteiro de estudo com questões a refletir sobre o filme em sala na próxima aula.
O filme é do mesmo gênero dos textos trabalhados em sala (contos maravilhosos para o 6° ano e romance para o 8° ano) e sempre são escolhidos pela maioria da turma.
3.2. INTERPRETAÇÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS COM O GÊNERO REGRAS DE JOGO
As aulas ocorreram no auditório da escola, em horário oposto, com o uso de bingo, dama e dominó, entre outros jogos disponíveis na escola.
Em seguida, promovia-se uma reflexão sofre as regras de cada jogo, com posterior produção de um texto do gênero regras de jogo em duplas.
3.3. REESCRITA DE TEXTOS CAIPIRAS (VARIAÇÃO LINGUÍSTICA)
Essas aulas aconteceram em sala de aula com o uso de músicas e poemas caipiras para que os alunos pudessem cantar, declamar, e reescrever os textos em questão. Com os primeiros textos propusemos a reescrita em duplas e em seguida, a atividade aconteceu individualmente.
3.4. LEITURA EXPRESSIVA COM TEXTOS TEATRAIS;
Essas atividades aconteceram em sala de aula, sempre com a sala em círculo. Foram objeto de estudo, técnicas vocais de expressão, dicas de encenação apenas com a voz.
3.5. EXPRESSÃO ORAL POR MEIO DE DRAMATIZAÇÕES;
Aproveitando a época da semana santa, propomos dramatizações temáticas sobre a paixão e morte de cristo.
Os textos foram encenados em sala com grande engajamento da turma.
3.6. LEITURA DRAMÁTICA DE CONTO MARAVILHOSO
As leituras dramáticas de contos maravilhosos aconteceram sempre nas salas de aula com as carteiras em círculos, as roupas e objetos no centro. A leitura do texto é feita pelo professor e a encenação É realizada de forma simultânea pelos alunos da sala que incorporam as personagens dos textos.
4 PÚBLICO-ALVO:
Trata-se, aqui, de um projeto em andamento que foi trabalhado inicialmente com as turmas de 6° ano (A e B) da Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Professora Neuza Medeiros Alves no ano de 2009. Com a grande aceitação, o projeto passou a contemplar todas as turmas que atuamos. Hoje o projeto é desenvolvido também nas 4 turmas de 6° ano na Escola Municipal Senador Ruy Carneiro de Jacaraú, como também nas 2 turmas do 8° ano que atuamos naquelas escolas.
4 AVALIAÇÃO:
A avaliação acontece por meio da observação e registro de desempenho em atividades orais, escritas, de leituras e interpretação de textos. Trata-se de um processo contínuo no qual a participação e a auto-avaliação deverão ser constantes durante as atividades pedagógicas.
Nas atividades orais, buscamos detectar o nível de desenvoltura dos educandos nessas atividades. Nas atividades escritas pretendemos averiguar o desenvolvimento destas por meio de atividades de produção de textos. Nas atividades de interpretação almejamos observar o nível de leitura por meio de atividades de leitura e interpretação de textos orais e escritos.

Um comentário: